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Publicada em: 23/10/2013 10:10 - por: INTERSUL - Visualizações: 500

Plano de Saúde Eletrosul: Indignação e desespero


Plano de Saúde Eletrosul:
Indignação e desespero

Quando se viu fato semelhante ao que estamos vivendo na Eletrosul no que diz respeito à recusa dos médicos em atender aos trabalhadores beneficiários do Plano de Saúde da Empresa? Alguém já viu uma greve dessa categoria profissional, que não é a primeira, nos atingir? Na Eletrosul, ao serem questionados a esse respeito, tanto os trabalhadores e trabalhadoras mais antigos como os mais novos dão a mesma resposta, taxativa: ?NUNCA!?

Tal resposta, ?nunca?, é muito forte. Tão forte que carrega emoções que vão desde a indignação até o desespero. A indignação provém do fato de estarmos em um plano de saúde que nada tem a ver com os planos de mercado, mas ainda assim sermos afetados como se igual fosse. Planos esses que discutem custos, faixa etária dos participantes, valores de mensalidades, equilíbrio econômico, valores atuariais, riscos e tantas outras variáveis que atacam o objetivo final, como qualquer empresa guiada pelo norte da acumulação de capital: o lucro; o valor que se obtém, positivo, de uma simples operação aritmética. Lembremos ainda que tais planos norteiam-se por missões e visões puramente empresariais. Isso significa que a busca por participantes que usem o mínimo possível dos serviços médicos (despesas) e que paguem o maior valor aceitável pela garantia da prestação desses (receita), seja sempre balizada em critérios de absoluta valoração econômica.

Já o desespero se traduz naquelas situações em que a recusa dos laboratórios e clínicas significam o agravamento de um estado patológico do paciente. Quando um ente querido nosso é excluído de um atendimento médico, vemo-nos como reféns de um sistema que tem por fundamento a coisificação da nossa saúde. A manutenção da saúde é, enquanto vista como uma prestação de serviço, valorada em moeda corrente e o desespero torna-se mais profundo quando não se pode alcançar o estado de satisfação dessa necessidade por impossibilidade financeira, um motivo tão vil.

No contexto do mercado de saúde não há muita dificuldade para entendermos a lógica da indiferença quanto ao ser humano ser tratado como um ?cliente de serviços?, mas quando nos reportamos ao Plano de Saúde da Eletrosul surge um cenário que exige uma análise diferenciada. Todos os trabalhadores e trabalhadoras da Eletrosul sabem que o plano de saúde da Empresa não se norteia pela lógica de mercado. Ao contrário, a lógica é a de valorização dos recursos humanos da Empresa. Hoje, ainda temos o plano de saúde como sendo o elemento de maior satisfação dos trabalhadores justamente por ser um plano que atende as necessidades tanto dos empregados como de seus familiares - necessitando ser melhorado em algumas situações específicas.

Ora, se o plano de saúde da Eletrosul não tem nada a ver com a lógica dos planos de mercado, então por qual razão estamos sendo atingidos da mesma forma que os planos que se referenciam na aritmética da receita e da despesa? Talvez a raiz do problema esteja em outra esfera, que não a econômica. Ela pode estar vinculada a uma disputa política de forças que está sendo travada entre duas instituições que, para a grande maioria dos trabalhadores, são desconhecidas: a União Nacional das Instituições de Autogestão em Saúde (UNIDAS) e o Conselho Superior das Entidades Médicas (COSEMESC).

Desde 10 de janeiro, com a greve dos médicos, as operadoras ligadas a UNIDAS estão enfrentando o quadro de desassistência dos beneficiários dos planos de saúde, dentre eles a Eletrosul. A discussão interminável, que já vem desde 2011, entre UNIDAS e COSEMESC tem mostrado que os usuários dos planos de saúde são peças em um ?jogo Hobbesiano? onde o mais fraco terá que se submeter ao mais forte. O cenário em que vivemos, de desassistência dos trabalhadores da Eletrosul, é decorrente de um conflito que não se tem profunda clareza da sua origem e nem tampouco conhecimento das intenções que envolvem todo impasse.

A Eletrosul é capaz de intervir nesse processo a fim dar resolução para os trabalhadores. Se a Empresa deseja permanecer neutra e aguardar as negociações das duas instituições envolvidas não deve ser o empregado e empregada da Eletrosul quem tem que arcar com o ônus do suposto conflito. A Eletrosul deve garantir o atendimento de todos os seus beneficiários independentemente das discussões relativas às resoluções e negociações que a COSEMESC e a UNIDAS venham a ter. Ações contrárias a essa responsabilização caracterizam um enfraquecimento do Plano de Saúde da Eletrosul. Afinal, a quem interessa que o Plano seja enfraquecido?

O cumprimento do Plano de saúde, na íntegra, é de responsabilidade da Eletrosul. Ele está garantido em acordo coletivo de trabalho e regulamentado em normas internas da empresa. Os empregados são beneficiários e tem direito ao uso pleno dele. Não interessa aos trabalhadores as justificativas apresentadas para o não atendimento, mas sim a normalização do acesso a saúde, com os mesmos custos que vinham sendo praticados.

Os sindicatos que compõem a Intersul alertam: o presidente da Eletrosul e demais diretores da empresa serão responsabilizados por danos que venham a ser causados aos empregados e as suas famílias.

Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
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