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DATA BASE 2016 EMPREGADOS/AS DA ENGIE - ARGUMENTOS FRACOS E INCORENTES
DATA BASE 2016
EMPREGADOS/AS DA ENGIE
ARGUMENTOS FRACOS E INCORENTES
Como já divulgamos no boletim anterior, a proposta de 5% para o reajuste dos salários e do vale alimentação, representa pouco mais da metade da variação do INPC de novembro/2015 a outubro/2016, período da data base, que foi de 8,5%. Exatamente a metade se considerarmos a inflação média do período que foi de 10,04%, índice real da correção dos salários e do valor dos benefícios.
Acrescentamos que a empresa também ofereceu, para fechamento do acordo, um bloco de vale alimentação extra no atual valor em dez/16 e outro em junho/17 no valor facial de R$ 53,00. Com relação ao adiantamento da PLR propôs manter o mesmo do ano passado.
Como também dissemos no boletim anterior, os argumentos usados para justificar a proposta “indecente”, no nosso entendimento são fracos e incoerentes. Vamos a eles:
- Situação do Grupo - Argumentaram os representantes da empresa que a ENGIE teve no contexto do grupo uma redução na receita neste ano.
Realmente o Grupo ENGIE teve, nos primeiros nove meses de 2016, no contexto mundial uma queda de receita na ordem de 10% em relação a igual período do ano passado, porém as empresas da América Latina contribuíram negativamente somente com 1%. Cabe ressaltar que a queda de receita da ENGIE Brasil foi de 0,6% no período analisado.
Consideramos este um argumento fraco pois é o contexto econômico de todas as empresas do setor elétrico em nível mundial.
- Situação do Setor Elétrico – Argumentaram os representantes da ENGIE que o mercado brasileiro de energia elétrica está em queda.
Apesar da redução do consumo as elétricas, como são conhecidas no mercado, no ano de 2015 só perderam para os bancos no quesito distribuição de dividendos a seus acionistas.
No contexto de empresa os números mostram outra realidade, já que no acumulado nos primeiros nove meses deste ano a Geração de Caixa (EBITDA) cresceu 9,5% enquanto que o Lucro Líquido aumentou 19% em relação ao mesmo período de 2015.
Consideramos este um argumento incoerente pois não refletem a realidade dos números da empresa.
- Situação do Mercado – Argumentaram os representantes da empresa que os reajustes aplicados pelas empresas do setor estão em linha com a proposta feita pela ENGIE.
Levantamos os reajustes aplicados, nas negociações já terminadas este ano, pelas principais concorrentes privados da ENGIE e o resultado apresentado (tabela abaixo) mostra uma realidade diferente:
|
REAJUSTE DAS EMPRESAS ELÉTRICAS EM 2016 |
Data Base |
INPC |
Reajuste |
|
CPFL PAULISTA |
Junho |
9,82% |
9,32% |
|
ESBR - USINA DE JIRAU |
Abril |
9,91% |
9,91% |
|
ENDESA |
Outubro |
9,15% |
9,65% |
|
AES TIETÊ |
Junho |
9,82% |
9,32% |
|
SANTO ANTONIO Energia - USINA SANTO ANTONIO |
Abril |
9,91% |
9,39% |
|
Duky Energy |
Junho |
9,32% |
9,44% |
|
Enercan |
Junho |
9,32% |
9,49% |
|
MÉDIA |
9,61% |
9,50% |
Consideramos este um argumento incoerente por que não está em linha com o que o “mercado” está praticando em termos de reajuste.
Em resumo, os argumentos da ENGIE não convencem ninguém e esperamos que em uma próxima rodada de negociação seja apresentada uma proposta decente.