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A MIRA DO CANHÃO APONTADA DE NOVO PARA A ELETROSUL
Trabalhadores assombrados novamente pelo fantasma da privatização
A mudança dos rumos da Eletrosul está alarmando os trabalhadores. Há bem pouco tempo a gestão da Eletrosul e as ações de sua diretoria estiveram voltadas para a ampliação dos investimentos, apresentando os ativos de geração de fonte eólica como a “menina dos olhos” e, intensificando a participação no mercado de Transmissão de Energia que é a principal fonte de receita da empresa.
Perplexos, os trabalhadores percebem agora que planos para privatizar a Eletrosul parecem caminhar a todo vapor. Nesta segunda-feira (dia 28/3) vazou na imprensa informação de que o banco Credit Suisse foi contratado pela Eletrobras para prestar consultoria em um plano para a venda de ativos da Eletrosul, que incluem linhas de transmissão de energia e usinas eólicas. Parte desta venda aconteceria ainda neste ano. Segundo as fontes, que falaram sob a condição de anonimato à agência Reuters, a companhia espera levantar cerca de R$ 2 bilhões com a venda total ou parcial dos ativos. Mais preocupados ainda ficam os trabalhadores e suas entidades representativas, considerando a posição da própria diretoria da Eletrosul que há alguns meses já deixou escapar nos corredores da empresa a existência de tal plano de desinvestimento.
Conforme publicação no Diário Oficial da União do dia 11/12/2015, o Banco Credit Suisse foi contratado por 8 milhões de reais, por Inexigibilidade de Licitação. O objetivo dessa contratação é o de que o Banco possa atuar como seu único assessor financeiro com relação à operação de “otimização de ativos para a realização de ações e medidas, que incluem, mas não se limitam, à venda de ativos, à concretização de parcerias societárias em ativos e/ou projetos ou reestruturação societárias para a gestão do Fluxo de Caixa da Eletrosul”. A direção dos sindicatos que compõem a Intersul e os trabalhadores se perguntam o real significado da expressão “não se limitam à venda de ativos”. Quem sabe poderá ensejar o “aluguel ou a venda de trabalhadores” junto com esses ativos? Será a guinada definitiva da gestão da empresa, a caminho da privatização?
Não podemos nos esquecer que em 1998 o banco Credit Suisse, na época sob o nome Credit Suisse First Boston, também foi contratado pela Eletrobras, para fatiamento e venda dos ativos da Eletrosul, Furnas, Eletronorte e Chesf. Hoje, a totalidade do parque gerador da Eletrosul daquela época pertence à iniciativa privada.
Considerando a importância das empresas estatais do ramo de energia para a soberania do país, a par de sua função social indiscutível, os rumos seguidos pelas direções da Eletrobras e da Eletrosul são diametralmente opostos ao que se espera como política pública necessária para garantir a produção de melhores condições de vida para a população brasileira, e uma ameaça concreta aos trabalhadores.