Notícias - intersul

Ir para o conteúdo

Menu principal:

Publicada em: 07/07/2014 09:07 - por: INTERSUL - Visualizações: 666

A Eletrosul e o Circo


A Eletrosul e o Circo

Recentemente a Eletrosul patrocinou um show para a inauguração do projeto MEGAWATT SOLAR, chamado “Dedicar Energia à Energia”.  Segundo consta no Diário Oficial: “A Diretoria da ELETROSUL ratifica a contração com inexigibilidade de licitação, enquadrada no Caput do Artigo 25, da Lei nº 8.666/93, tendo por objeto aprovação do Projeto de Patrocínio ao "Dedicar Energia à Energia". Empresa contratada: Studio Festi do Brasil Produtora de Eventos Ltda., através do Contrato de Patrocínio 115140003, no valor total de R$320.000,00, conforme parecer da Assessoria Jurídica”.

A Eletrosul, em nome da sua transparência, deve responder aos trabalhadores, e por consequência à sociedade sobre a propriedade de tal promoção ainda mais tendo em vista o constante corte de pessoal (PID), de treinamentos, de viagens, de horas extras, de sobreaviso, dentre outras, enfim, o chamado PMSO de forma geral, A seguir reproduzimos crítica feitas pelo Blog Cartum Elétrico recentemente: “É consenso entre setores da Cultura que um patrocínio acima de R$ 100 mil tenha que beneficiar um número muito grande de pessoas, tenha que ser multiplicador e desdobrável, capaz de garantir a formação crítica de pessoas ou, numa linguagem mais simples, “de plantar sementes realmente duradouras a serem colhidas no futuro”.

A divulgação do projeto cultural “Dedicar Energia à Energia” buscou, desde o início, fugir a essa realidade, descomprometer o espetáculo de sua responsabilidade enquanto produto cultural. O espetáculofoi denominado “de entretenimento” na sua divulgação. O esperado é que um projeto do seu valor (ou seria custo?) não seja mera peça de entretenimento, um mero show pirotécnico de som equalizado às alturas, luzes piscando e contorções corporais em cena. Isso já não seria nada novo!

Também se espera que o espetáculo tenha uma duração de tempo à altura do patrocínio investido pela Eletrosul, a exemplo dos shows apresentados em casas de teatro e até mesmo das sessões de circo a que levamos nossos filhos, ambos com custos bem menores. É preciso ainda lembrar que o status de “companhia internacional” que acompanha o show “Dedicar Energia à Energia” há muito deixou de impressionar os brasileiros e apenas parece querer justificar o seu preço. Já acreditamos que, dentro doBrasil, podemos ter shows, mais críticos, formadores de público e com melhor custo x benefício do que os “enlatados” trazidos de fora do país. Shows genuinamente brasileiros, na sua concepção e formação.

E, para terminar, lembram-se daquela frase aparentemente piegas do início do texto sugerindo que o show cultural deva ser capaz “de plantar sementes realmente duradouras a serem colhidas no futuro”?

Um show, patrocinado com alto investimento público, não pode ser como um furacão que marca porsua passagem, mas que não deixa nada construído, nada sobre uma base. A julgar por seu “valor cultural”, o show “Dedicar Energia à Energia” tinha também o dever de, no mínimo, oferecer oficinas para ensinar algumas de suas técnicas à comunidade ao redor da Eletrosul, à crianças e jovens carentes, como forma também de contribuir para a melhoria social e formação cultural do Brasil e, nesse caso, de Santa Catarina. Nada disso se viu. O que se espera ver agora é mais do que pirotecnia, mais do que umentretenimento megalomaníaco, que pense justificar o investimento público da empresa.


Sim, já é hora de gritar: no Brasil temos circo.

Mas também fazemos cultura a muito custo



Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
Voltar para o conteúdo | Voltar para o Menu principal