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Moção da APOUS em SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA MANUTENÇÃO
Moção da APOUS em SOLIDARIEDADE AOS TRABALHADORES DA MANUTENÇÃO
A Associação de Profissionais em Operação de Usina, Subestação e Sistema – APOUS se solidariza aos trabalhadores da manutenção. Ao ler a carta do colega do Centro Regional de Manutenção e Apoio à Operação de Guarapuava - CRGUA, em nome dos demais daquela área, publicada em boletim da Intersul, cada Operador da Eletrosul reviveu cenas de um filme onde foi ou está sendo, por imposição, o protagonista.
O que ocorre agora com os empregados de Guarapuava e de Erechim, desde 2011 os Operadores já vêm sofrendo. Os Operadores de Santo Angelo, Caxias, Biguaçu, Itá e Campo Grande, passaram pelo mesmo processo. Os de Curitiba e Areia permanecem há dois anos vivenciando o mesmo descaso. Os Operadores dos CROI’s de Nova Santa Rita, Campos Novos, Blumenau, Londrina e Porto Velho e ainda o COSE, também foram afetados. Temos certeza também que os trabalhadores do extinto DPM e os Administrativos, que passaram por medida semelhante há pouco tempo, tiveram e continuam tendo a mesma desconsideração por parte da direção da Empresa. Todos que já sofreram tal violência sabem o que os sentimentos descritos na carta significam para cada um e cada uma.
Esperava-se que após a Intersul ter entregue à diretoria da Eletrosul o Relatório das Condições de Trabalho dos Operadores do COSE e Subestações, Assistentes de Operação e Técnicos de Proteção e Controle, bem como a recente Ação Civil Pública movida pelo Ministério Público do Trabalho, onde se encontram registradas e comprovadas as consequências nefastas à saúde e segurança desses trabalhadores, e ainda o abalo psicológico causado às famílias atingidas, que a gestão da empresa conhecedora dos impactos que esse tipo de medida causa ao empregado e sua família, tivesse um mínimo de humanidade para tratar a questão e mudasse a sua postura.
Infelizmente nada parece sensibilizar essa direção que pratica uma gestão cega em nome da redução de custos a qualquer preço, onde índices e resultados são priorizados em detrimento às condições de trabalho e da qualidade de vida dos empregados. Agindo assim, sem medir as consequências negativas para os trabalhadores e para a própria empresa, mancham o nome da Eletrosul, prejudicam a imagem da empresa perante o público interno e a sociedade como um todo e acabam também manchando as suas próprias biografias.
Diante de atitudes inconsequentes, é preciso exercitar a luta solidária para nos proteger enquanto empregados e para defender a própria empresa. A Eletrosul é uma empresa pública importante para a vida de cada um de nós e nossa família, fundamental para o desenvolvimento socioeconômico da região onde atua e para o país. Direções passam e a atual, infelizmente, chegará o dia em que será lembrada da mesma forma como é lembrada a gestão Gazaniga: pela postura autoritária, pela imposição de decisões, pela arrogância desmedida. Tem diretor que age como se fosse o dono da Eletrosul!
Companheiros da Manutenção tenham a certeza que os Operadores e demais trabalhadores estão solidários nesse momento tão difícil para vocês e as famílias atingidas. A APOUS estará como sempre esteve com as demais entidades integrantes da Intersul agindo em defesa de uma gestão mais democrática e humana na Eletrosul. Como forma de alerta para todo o quadro de pessoal,a diretoria da Associação pede que os(as) empregados(as) leiam, reflitam e dialoguem sobre a mensagem deixada pelo poeta e dramaturgo Bertolt Brecht no poema abaixo:
Primeiro levaram os negros
Mas não me importei com isso
Eu não era negro
Em seguida levaram alguns operários
Mas não me importei com isso
Eu também não era operário
Depois prenderam os miseráveis
Mas não me importei com isso
Porque eu não sou miserável
Depois agarraram uns desempregados
Mas como tenho meu emprego
Também não me importei
Agora estão me levando
Mas já é tarde.
Como eu não me importei com ninguém
Ninguém se importa comigo.