Notícias - intersul

Ir para o conteúdo

Menu principal:

Publicada em: 23/10/2013 10:10 - por: INTERSUL - Visualizações: 631

Quem merece o mérito?


Quem merece o mérito?

A muito tempo as entidades que compõem a Intersul vêm lutando para o fim das inúmeras distorções salariais existentes na Eletrosul, bem como para adequação dos salários na mesma proporção da contribuição dos trabalhadores para o desenvolvimento da empresa. Com o advento do PCR, as
direções das empresas do grupo Eletrobras criaram a expectativa e se comprometeram que as distorções existentes seriam analisadas e na medida do possível corrigidas.

Logo após as assembleias terem autorizado os sindicatos a homologar a adesão dos que optassem pelo novo plano, as entidades sindicais já cobravam a solução das distorções/disfunções originárias do PCS e/ou decorrentes da migração cega do PCR. No entanto, as empresas Eletrobras demonstraram que o discurso de ?harmonização?, só foi aplicado onde interessava às diretorias. Só para relembrar, a Eletrobras, fora de qualquer critério do PCR, deu aumento de até 8 steps para meia dúzia de ?iluminados?. Outra questão que causou descontentamento foi o aumento da gratificação dos gerentes que ocorreu em várias empresas, ficando a Eletrosul de fora.

Observamos ainda a recente denúncia da Associação de Empregados da Eletrobras (AEEL), a qual reproduzimos em parte: ?... Agora, no início do mês de maio de 2012 a empresa resolveu pagar 4 (quatro) steps para um determinado grupo de empregados dos concursos de 2007 e 2010, sob o argumento que possuem uma nota técnica para justificar o referido reajuste nos salários desses companheiros, fato falacioso, já que tal nota técnica trata-se de outra reivindicação da representação dos empregados. A pergunta que fica então é, porque não houve o pagamento retroativo a esses empregados, já que é reconhecida a falha administrativa? E a última grande decisão dos sábios e grandes pensadores que administram a Eletrobras foi a de conceder a todos os gerentes da empresa um reajuste, onde o Chefe de Divisão, mais humilde dentre todos, terá um piso em torno de R$16.000,00 (dezesseis mil reais). Para piorar ainda mais, os mestres ainda informam pela intranet, que tal decisão teve como base as práticas das demais empresas do Sistema Eletrobras corroboradas por pesquisas de mercado. É sabido que esse grupo merece ser contemplado, porém, quando a pesquisa é para rever os salários dos técnicos, aponta que os salários estão acima do mercado!

Lembramos, ainda, que a empresa está novamente reestruturando seu organograma, com o único intuito de criar novos cargos gerenciais e aumentar ainda mais o poder dos grandes e sábios administradores. Não satisfeitos com toda essa demonstração de ?competência? empresarial, agora os sábios já sinalizam a alteração no modo de distribuição da PLR. Porque então não fizeram como haviam se comprometido a fazer no Plano de Transformação, ou seja, retirar a Eletrobras das amarras do DEST, inclusive quanto ao limite absurdo de 1%?

Companheiros, queremos parabenizar a direção da casa pela iniciativa de contemplar esses empregados que certamente merecem, porém alertamos, mais uma vez, que essas são as mesmas práticas que ajudaram a sucatear, dividir e destruir a empresa ao longo da última década: reajustes injustificáveis, fora da data-base à revelia do PCR e sem a observância dos limites de progressão horizontal e vertical do SGD; beneficiamento de pessoas ou pequenos grupos através de acertos políticos de bastidores; formação de uma folha salarial que representa a criação de uma casta de funcionários de 1ª Categoria em detrimento da maioria dos empregados que são considerados pela empresa como de 5ª Categoria; achatamento salarial de empregados com mais tempo de serviço em virtude da não observância do conjunto de nosso quadro permanente, etc. ...?

Não bastassem todas estas questões, os trabalhadores ainda tem que conviver com o módico recurso de 1% da folha de pagamento para movimentações salariais (mérito e promoções). As diretorias submissas nada fazem para reverter essa situação e, com a maior cara de pau, reconhecem que o recurso disponível é insuficiente, se escondendo em seus gabinetes apegados a seus cargos, protegendo seus polpudos salários.

Vejam que situação absurda: depois de passar por uma bateria de avaliações, todos os empregados que foram considerados elegíveis para receber mérito, agora, terão que aguardar a decisão miraculosa dos gerentes que definirão os seus ?escolhidos?. Os que não forem escolhidos, serão duplamente prejudicados: além de não receber mérito, como dependem dos steps para tornarem-se elegíveis a promoções, terão suas carreiras retardadas. Se perdurar esta lógica, qual será o procedimento do ano que vem? Os diretores e gerentes enfrentarão a Eletrobras e o DEST em busca do aumento da verba e da autonomia da gestão de pessoas ou vão ?ajustar? o sistema de avaliação para que menos pessoas se tornem elegíveis ao recebimento do mérito?

Aonde essa redução de custos irá parar? É desta forma que se pretende fortalecer o grupo Eletrobras e motivar os trabalhadores? Até quando meia dúzia de tecnocratas, encastelados na burocracia corporativa e apoiados por um grupo de subservientes, continuarão definindo os rumos do sistema elétrico brasileiro? O que de fato está sendo feito para que, no processo de renovação das concessões, se garanta a longevidade das estatais e o cumprimento do seu papel público junto à sociedade? Ou será que o que valerá será apenas o lucro e a rentabilidade para os acionistas?


Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
Voltar para o conteúdo | Voltar para o Menu principal