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Publicada em: 23/10/2013 10:10 - por: INTERSUL - Visualizações: 511

O Brasil precisa de um novo modelo energético


O Brasil precisa de um novo modelo energético

Como resultado da articulação construída pela Plataforma Operária e Camponesa para a Energia, aconteceu em Brasília o Seminário Nacional sobre o modelo energético: atualidade e perspectiva. A atividade foi organizada pela Plataforma em conjunto com a Secretaria Geral da Presidência da República e reuniu cerca de 200 lideranças de movimentos sociais, sindicais, políticos e religiosos no Palácio do Planalto, nos dias 19 e 20 de abril. ?A atividade é resultado de todo debate feito pela Plataforma, e levado como reivindicação na mesa de negociações entre a Plataforma e o governo, no esforço para que o debate sobre a política energética aconteça de forma mais ampla possível entre os trabalhadores, e não fique restrito aos grupos e empresas ligadas ao setor energético, das grandes indústrias e do mercado financeiro?, afirma Joceli Andrioli, da coordenação nacional do MAB e da Plataforma. Durante o encontro, os movimentos sociais e entidades de trabalhadores pautaram a necessidade de construir um novo modelo energético, determinado pelas necessidades do povo brasileiro e não do capital, como ocorre hoje. ?O desenvolvimento deve levar em consideração não só o aspecto econômico, mas também o social e o ambiental, e não é esse quadro que temos hoje?, afirmou Dom Guilherme Werlang, da Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), na mesa de abertura da atividade.

Os movimentos fizeram questão de frisar que a questão do modelo não diz respeito somente à maneira de gerar energia, ou seja, se vai ser através de hidrelétricas, de termoelétricas ou de outras fontes. O questionamento, que o MAB vem fazendo historicamente, é para quem e para quê serve essa energia. ?Se nós produzimos energia tão barata, por que pagamos tão caro? Quem ganha com esse modelo não são os trabalhadores, mas o capital financeiro especulativo?, afirmou Joceli.

Pela renovação das concessões e contra a precarização do trabalho

Uma das questões defendidas pela Plataforma é a renovação das concessões do setor elétrico, entendida como uma forma de combater o avanço da privatização, pois a maior parte dos contratos que estão vencendo está nas mãos das estatais. ?Os trabalhadores do setor defendem a renovação imediata e o fortalecimento das empresas estatais? afirmou Franklin Moreira, da Federação Nacional dos Urbanitários (FNU).

Outro ponto trazido pelos eletricitários é a questão da terceirização, que precariza o trabalho no setor, mutilando e acabando com a vida de muitos trabalhadores. Na Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig), por exemplo, morre um trabalhador terceirizado a cada 45 dias.

Os trabalhadores também fizeram questão de frisar que reconhecem a importância da criação do espaço de debate e interlocução com o governo, mas querem, além disso, participar de fato das decisões sobre os rumos do setor energético do país. ?Um setor estratégico para a soberania e imprescindível para o desenvolvimento econômico e social do Brasil?, como afirma Sérgio Vieira da Fonseca, um dos representantes do Sindicato dos Eletricitários de Florianópolis na Plataforma. Do governo, participaram da atividade os ministérios ligados ao tema, como Minas e Energia e Meio Ambiente, além da Secretaria Geral da Presidência, pasta responsável por construir o diálogo do governo com os movimentos sociais. Participaram também diretores das estatais do setor energético e a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) e do Petróleo (ANP). Destaca-se a participação de dirigentes sindicais vinculados a INTERSUL e a INTERCEL e também dos conselheiros eleitos nas empresas do grupo Eletrobras e da Celesc.

Participam da Plataforma Operária e Camponesa para a Energia o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), a Federação Nacional dos Urbanitários (FNU/CUT), o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Federação Única dos Petroleiros (FUP), o Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA) e os sindicatos Sinergia (Florianópolis), Sindieletro (Minas Gerais) e Senge (Curitiba).


Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
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