Na tarde da última quinta-feira, dia 15/08, dirigentes sindicais integrantes das entidades que compõem a Intersul estiveram reunidos na sede da Eletrosul com a diretoria da empresa, representada pelo Diretor Administrativo Paulo Afonso, e assessores. Os sindicalistas foram tratar de temas decorrentes da greve dos eletricitários, como a forma de compensação dos dias parados, de questões remanescentes do processo negocial, como a PLR 2012, e de pendências apontadas em correspondência da Intersul de abril deste ano. Os dirigentes sindicais aproveitaram também para expor ao DA assuntos que vêm afligindo os empregados, como o PCR e a jornada de trabalho. Trataram ainda do déficit do Plano BD, que foi um dos motivos da reunião realizada também no dia 15/08 (pela manhã) com o diretor de Seguridade da ELOS, Roberto Helou, e gerentes das áreas de seguridade e de investimentos, na sede da Fundação em Florianópolis.
A seguir, destacamos resumidamente alguns pontos do encontro que durou cerca de 4 horas:
PLR 2012 Foi cobrada a posição da diretoria da Eletrosul sobre questionamentos feitos pelos sindicatos, uma vez que há entendimento de que o valor da PLR 2012 foi pago a menor. O DA, sensível aos argumentos colocados pelos sindicalistas, ficou de dar uma resposta definitiva esta semana. Fiquemos atentos!
DIAS PARADOS Na visão dos dirigentes sindicais e, conforme descrito em cláusula do ACT nacional, a paralisação do dia 11/07 também se inclui dentro da compensação de 5 (cinco) dias. Outro aspecto relevante é que a definição da quantidade desses dias se deu no marco dos 25% dos dias parados a ser compensados, proposto pelo TST. Esta é a base para a referida compensação, levando em consideração situações específicas; tais como o pessoal em férias, pessoal do PID e os operadores (que tem regime de trabalho diferenciado). Esta questão, segundo o DA, será tratada esta semana junto a Holding e respondida aos sindicatos. Para a compensação poderá ser utilizado o saldo do banco de horas e quem não tiver saldo poderá efetivar a compensação durante a vigência do ACT (2013/2015).
PCR Os sindicalistas expuseram ao diretor que há um descontentamento generalizado com o Plano de Carreira e Remuneração e a sua forma de aplicação, ou melhor; de sua não aplicação, às vezes. Causa muita intranqüilidade e desconfiança sobre essa ferramenta de gestão de pessoas, quando as próprias direções das empresas descumprem regras estabelecidas no plano. Como, por exemplo, a distribuição de méritos de 2013, que até agora não se sabe se será praticada ainda neste ano. No caso específico da Eletrosul, recentemente 19 chefes de setores passaram a ser gerentes (nível III) com uma gratificação de função diferenciada. Os demais chefes de setores perguntam quando a diretoria da Eletrosul cumprirá a promessa feita numa reunião gerencial, pelo presidente Eurides Mescolloto, de que esta situação seria resolvida. Aliás, isto é item de pauta de reivindicação e que foi totalmente ignorado. Só sobrou a promessa? Tem ainda a questão do pessoal que está a mais tempo na empresa e ainda é Junior, casos de Pleno que poderiam ser Sênior... Tem a situação da gratificação aos gerentes da Eletrosul que é menor em relação a outras empresas do grupo. Ou seja, sem um PCR realmente unificado e funcionando será muito difícil motivar os trabalhadores (as) que ficarem na empresa e que vão enfrentar responsabilidade e sobrecarga de trabalho maior diante da saída do pessoal do PID e frente aos desafios colocados ao setor elétrico federal.
JORNADA DE TRABALHO A base material e das mais importantes de um Plano de Carreira é a jornada de trabalho. Não se pode afirmar que há um PCR unificado, com jornada de trabalho diferenciada. É o que vem acontecendo no Grupo Eletrobras. Isto é, no mínimo, inadmissível. Das 14 empresas do grupo, 11 tem jornada de 7h30min. Conforme informações obtidas, somente na Eletrosul, na Chesf e na Eletronuclear a jornada é de 8hs. No caso de Furnas, na sede é de 7h30min e nas áreas descentralizadas de 8hs. Enfim, dentro de um mesmo grupo não é possível conviver com essa disparidade. Na Eletrosul, juntamente com a questão do PCR, esse ponto tem causado muita insatisfação e precisa ser tratado junto a Holding com urgência. Esses fatos vêm prejudicando sobremaneira o ambiente de trabalho. Para tirar a prova, basta fazer uma pesquisa de clima.
DÉFICIT DO PLANO BD - Em correspondência da Intersul, enviada a diretoria da Eletrosul, os dirigentes sindicais manifestaram o entendimento de que o déficit do Plano BD ocorrido em 2011 (em torno de 83 milhões) era de responsabilidade da patrocinadora por ser decorrente de ações de caráter estrutural (ato de gestão da empresa). O entendimento da Intersul, na ocasião, agora consta de relatórios, atas e parecer jurídico encomendado pela própria ELOS recentemente. Ou seja, está confirmado de que a maior parte do montante do déficit é de natureza estrutural e, neste caso, é de responsabilidade da patrocinadora do plano, (a Eletrosul), a cobertura do referido déficit. Se esta situação não se resolver pela via administrativa, o que pode ser melhor para todas as partes, os sindicatos buscarão meios legais para fazer valer o direito dos participantes do plano BD na fundação ELOS.
PROCEDIMENTO DE REDE Embora ajam questionamentos dos sindicatos, a representação da empresa entende que os procedimentos de rede vêm sendo cumpridos pela Eletrosul. Lembra ainda que essa questão esteja sendo tratada por órgãos competentes, tais como o ONS e a ANEEL sem ainda uma definição.