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Publicada em: 09/10/2022 00:10
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Campanha Data Base 2022

Engie Rebaixa Carreira dos Empregados

Na mais recente atualização da política de recursos humanos da ENGIE, a empresa rebaixou o patamar inicial das faixas salarias do seu Plano de Carreiras e Recompensas para 70% dos salários praticados pela mediana do mercado. Na versão anterior a referência praticada pela empresa era 80%.

Em consequência desta alteração, os empregados admitidos passam a ter uma referência inicial de admissão 10% abaixo do valor praticado.  Outra consequência é a redução em 10% quando o empregado é promovido. 

Esta foi a medida mais recente aplicada pela empresa, com o objetivo de rebaixar os salários dos seus empregados. Nos últimos anos a empresa tem adotado uma série de medidas que resultam em redução dos salários dos empregados, acompanhe abaixo a descrição ano a ano.

Tudo começou na data base 2016

Para uma inflação de 8,5% a empresa ofereceu repor tão somente 5% no salário dos empregados, justificou a proposta rebaixada argumentando que os salários estavam acima do mercado e que o objetivo da empresa com a reposição menor que a inflação, seria adequar os salários dos seus empregados ao praticado pelo mercado.

Os Sindicatos da INTERSUL disseram não a proposta de redução salarial.

Neste clima iniciou a mais longa campanha salarial da história na empresa, desde a data da entrega da Pauta, 23/08/16, até a aprovação de proposta na assembleia, 09/05/17, se passaram oito meses.

Neste período, por insistência dos Sindicatos da INTERSUL foram realizadas cinco reuniões de negociações, duas reuniões de mediação na Secretaria Regional do Trabalho – SRTE e uma reunião entre os Conselheiros Eleitos e o Presidente da Empresa.

Depois desta longa campanha, o Acordo Coletivo garantiu a REPOSIÇÃO INTEGRAL DA INFLAÇÃO do período, mantendo o poder de compra dos salários.

Vencido o primeiro “round”: se não fosse o sucesso desta campanha nossos salários seriam hoje 3,5% mais baixos.

Na data base seguinte, 2017, a reposição da inflação aparentemente não foi problema e o índice 2% foi reposto nos salários.

Na data base de 2018, durante as assembleias de pauta alguns empregados nos informaram que o percentual de reposição do ano anterior não teria sido aplicado nas faixas salariais do Plano de Cargos e Recompensas – PCR, provocando um crescimento virtual na faixa.

Durante as negociações, quando questionamos sobre a correção das faixas salariais do PCR, a empresa informou que a correção das faixas só seria implementada se a Pesquisa de Mercado comparada aos Salários dos seus empregados, indicasse necessidade de “recomposição das faixas” e que a pesquisa mais recente apontava os salários praticados pela Engie acima dos pagos pelo mercado.

Com esta decisão unilateral, em novembro de 2017, a empresa modificou uma prática de 20 anos de negociações coletivas, uma vez que as faixas salariais sempre foram atualizadas na data base pela inflação do período.

A transparência tão enaltecida pela empresa, neste caso, não foi aplicada, pois as alterações praticadas não foram comunicadas aos empregados e aos Sindicatos que negociam o ACT.

Ao não corrigir as Faixas Salariais do PCR a empresa reduziu o salário dos empregados admitidos e/ou promovidos até 31.10.18 em 2%, uma vez que se tivesse corrigido, o empregado admitido ingressaria na empresa com salário 2% maior.

O mesmo se aplica aos empregados promovidos, uma vez que a faixa para qual o empregado foi promovido também estava reduzida.

Em 01/11/2018 os salários foram corrigidos em 4,8%, já as faixas salariais não foram corrigidas, acumulando uma necessidade de correção das faixas de 6,9%. Em consequência os empregados admitidos e promovidos entre 01/11/18 e 31/10/19 deveriam ter acrescidos ao salário base 6,89%.

No período de 01/11/2017 à 01/11/2021 a empresa não corrigiu as Faixas Salariais, observe na tabela abaixo a repercussão no salário dos empregados admitidos/promovidos neste período.

Data Base

Correção Salarial

Defasagem Faixa Salarial/

Período de Admissão ou Promoção

Redução Salarial

01/11/2017

2,00%

2,00%

01/11/17 à 31/10/18

01/11/2018

4,85%

6,90%

01/11/18 à 31/10/19

01/11/2019

2,54%

9,61%

01/11/19 à 31/10/20

01/11/2020

3,92%

13,90%

01/11/20 à 31/10/21

01/11/2021

10,67%

26,06%

A partir de 01/11/21

Em consequência os salários dos empregados admitidos e promovidos a partir de 01/11/21 acumulam uma perda de 26,06% em relação aos salários dos empregados admitidos e promovidos antes de 01/11/2017.

AS FAIXAS SALARIAIS DEVEM SER CORRIGIDAS PELA INFLAÇÃO

Consta na Pauta de Reivindicações da Intersul, desde 2019 a correção das Faixas Salarias do Plano de Cargos e Recompensas pelos mesmos índices que corrigem os salários. Os empregados perceberam que a defasagem de 26,06% provocada pela ausência de correção no período entre 2017 e 2021, reduziu salários, achatou a carreira e causou sentimento de injustiça entre os empregados admitidos e promovidos neste período.

O descontentamento dos empregados ficou registrado nas assembleias que finalizaram a campanha do ano passado, onde 40% dos participantes votaram contra a proposta das empresas principalmente pela não correção das Faixas Salariais.

Na Primeira Rodada de Negociação deste ano, dia 04/10 a Comissão de Negociação das empresas reafirmou a posição de não reajustar as Faixas Salariais do Plano de Cargos e Recompensas, reabrindo novo ciclo de admissões com salários ainda mais reduzidos e injustificada redução nos valores dos salários para as futuras promoções.

Fica aqui o registro: para um Acordo Coletivo justo é preciso corrigir as Faixas do PCR




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