Notícias - intersul

Ir para o conteúdo

Menu principal:

Publicada em: 22/03/2020 00:03
Baixar Arquivo:        Visualizar Arquivo:


boletim_intersul_004-20_de_23-03_ELETROSUL faz gestao temeraria contra a disseminacao do COVID-19

ELETROSUL FAZ GESTÃO TEMERÁRIA E RESTRINGE MEDIDAS AO INVÉS DE AMPLIAR O ISOLAMENTO SOCIAL CONTRA A DISSEMINAÇÃO DO COVID-19

Desde que vários Governos Estaduais decretaram o fechamento de estabelecimentos comerciais e incentivaram as medidas restritivas ao convívio social em razão da pandemia do COVID-19, muitas empresas privadas e públicas de todos os setores que não puderam fechar suas portas por prestarem um serviço essencial à população, adotaram métodos de trabalho diferenciados, como o trabalho remoto ou regimes de prontidão onde os trabalhadores permanecem em suas casas isolados do convívio social mas prontos a atender ao chamado para a realização de serviços e atendimentos emergenciais.

Os regimes de prontidão são bem típicos das empresas de energia elétrica, que prestam um serviço de extrema relevância para toda a sociedade, especialmente em momentos de crise como o que estamos vivenciando. Por isso, empresas de geração, transmissão e distribuição de energia, como Furnas, Eletronorte, Eletronuclear, Celesc Distribuição, e outras mais, tomaram decisões arrojadas condizentes com a gravidade do momento, e dispensaram do convívio social quase a totalidade dos seus empregados, maximizando o trabalho remoto, instituindo escalas de prontidão, e mantendo nos locais de trabalho exclusivamente o contingente de trabalhadores necessários estritamente à manutenção das atividades essenciais.

Deram assim uma demonstração de extrema preocupação com a saúde de seus trabalhadores, com a continuidade dos serviços prestados e com a segurança da população em geral, contribuindo sobremaneira com as medidas de combate à disseminação do COVID-19. Enquanto isso, na CGT Eletrosul, a gestão da empresa parece não ter se dado conta da gravidade da situação. Diferente de outras Empresas Federais, inclusive pertencentes à mesma Holding Eletrobras, a direção da CGT Eletrosul assumiu uma conduta pouco colaborativa e até mesmo temerária. No primeiro momento a CGT Eletrosul permitiu se ausentar do local de trabalho apenas os empregados classificados como grupo de risco.

Os sindicatos que compõem a Intersul, desde o dia 17/03 atuaram insistentemente, em sucessivos contatos com a empresa, com o objetivo de sensibilizar a Direção da CGT Eletrosul quanto à gravidade e os riscos desnecessários de contaminação que os trabalhadores estariam sendo submetidos, uma vez que a emergência em Santa Catarina foi declarada pelo Governo do Estado.

A CGT Eletrosul, alterou seu protocolo de medidas de forma muito gradual e excessivamente lenta, em sucessivos comunicados aos trabalhadores, passando a liberar do comparecimento ao local de trabalho 50% do quadro conforme anunciou aos empregados em seu boletim nº 6.

Na avaliação dos sindicatos que compõem a Intersul, desde o Decreto nº 509 do Governo do Estado de Santa Catarina, em 17/03, não há motivo razoável para que 50% do quadro de empregados tenha ficado exposto ao convívio social nas dependências da empresa, que só na sua sede em Florianópolis conta com cerca de 800 empregados próprios que ainda dividem o espaço com terceirizados e outras pequenas empresas que ocupam o mesmo prédio.

A manutenção dos serviços estritamente essenciais pode ser, e sempre foi executada em outros períodos de crise como nas eventuais greves e paralisações, por um contingente muito inferior a 50% do quadro de trabalhadores. Além disso, mesmo os serviços não essenciais, em grande parte podem ser realizados por meio de trabalho remoto. Ou seja, a CGT Eletrosul tem totais condições de reduzir em muito mais o quantitativo de empregados nos locais de trabalho, e sabe que pode contar amplamente, como sempre contou em outras crises, com seu quadro de trabalhadores e com a colaboração das suas entidades representativas que por inúmeras vezes deram demonstração deste comprometimento e responsabilidade.

Os sindicatos da Intersul, além de buscar dialogar com a CGT Eletrosul e sugerir medidas mais severas de restrição ao convívio, comunicaram ao Ministério Público do Trabalho e à Anvisa o entendimento de que ações mais contundentes são necessárias por parte da CGT Eletrosul, no sentido de contribuir no combate à contaminação pelo COVID-19. Este entendimento se reforça ainda mais depois que a CGT Eletrosul divulgou no dia 21/03 que há casos suspeitos de contaminação entre seus empregados que conviveram socialmente e frequentaram as instalações da empresa até o dia 16 de março. Diante da publicação em 22/03,  da nota técnica nº 06/2020 da Procuradoria Geral do Trabalho em conjunto com a Coordenadoria Nacional de Proteção à Liberdade Sindical, que entre outras considerações explicita a imperiosa necessidade de colaboração entre as partes, Governo, Empregadores e Sindicatos, para a solução de crises pela adoção de medidas de proteção ao emprego, renda e saúde dos trabalhadores.

Os sindicatos da Intersul reforçam sua disposição para este diálogo e exigem da direção da CTG Eletrosul que apresente um plano de medidas de proteção aos trabalhadores condizente com a crise exponencial que estamos atravessando.




Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
Voltar para o conteúdo | Voltar para o Menu principal