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Mensagem aos empregados (as)
ELETROSUL e seus familiares
Cada pessoa empregada na Eletrosul tem conceitos formados que a motivaram a participar da paralisação realizada em 23/05/2016. O motivo da paralisação? A Eletrobras desmarcou unilateralmente a reunião de negociação do ACT e PLR agendada para o dia 25/05/2016. Teria sido só isso? Paira sobre todos os trabalhadores a ameaça de venda de ativos da Eletrosul, o que significa privatização do patrimônio, enfraquecimento da empresa pública e fragilização quanto à manutenção dos direitos trabalhistas conquistados por décadas de luta sindical. Esse fato realmente incomoda a todos, pois afeta toda sociedade e diretamente a família de cada empregado e empregada da Empresa.
Paralisar as atividades, num dia de movimento contra as ameaças que todos sofremos, é um ato de resistência em último recurso quando se esgotam as possibilidades de diálogo, com consequente recrudescimento das posturas dos negociadores. É também uma forma de chamar e inserir cada trabalhador na luta que é de todos. E é isso o que se fez no último dia 23, exatamente como temos feito ano após ano, a cada acordo coletivo, rompendo a inércia natural das mobilizações, seja qual for o governo ou a diretoria da ocasião.
Nesse contexto, o que pode pensar um trabalhador integrado ao movimento com relação aos demais que se eximiram de participar no dia 23? Essa é a grande questão. Os que estiveram lá fora sabem que correm o risco de ter salários com descontos e serem mal vistos por chefes e gerentes. Apesar de tudo, ainda assim, sabem que sozinhos não conseguirão vencer, pois precisam do companheirismo dos que entraram. Esse companheirismo ainda não se revelou por parte de alguns, pois entraram para trabalhar como se o movimento do dia 23 não fosse tão importante no cenário privatista que se apresenta, mesmo que não haja dúvida quanto a grande probabilidade de se concretizar. Apenas para exemplificar, a MP 727/2016 visa a um programa de venda das empresas com capital estatal. Nela se enquadra a Eletrosul.
Faz parte da história da Eletrosul o processo de privatização sofrido na década de 1990, onde centenas de trabalhadores perderam seus empregos e passaram a ter um elemento de desestabilização familiar, o que lhes causou até rupturas de relações sociais. O que um trabalhador que aderiu à paralisação do dia 23 teria a dizer para outro que não aderiu? Difícil responder com precisão, mas uma das mensagens certamente é:
“Colega, venha para o lado de cá. O que fazemos aqui fora é nada menos do que defender nossos direitos e a preservação da estabilidade e conforto de nossas famílias na medida em que necessitamos de nossos empregos e renda. Mas mesmo que você não venha, ainda assim continuaremos a lutar pela Eletrosul”
E para dar continuidade ao processo mobilização, o Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE) deverá realizar até dia 3 de junho novas assembleias em todas empresas da holding Eletrobrás. Um dos objetivos das assembleias é deliberar por paralisação de 72 horas entre 8 e 10 de junho caso a Eletrobrás desmarque novamente a reunião de negociação prevista agora para o dia 8 de junho. Os trabalhadores querem uma definição sobre o pagamento da PLR 2015, um acordo coletivo digno, sem retrocessos e reajuste salarial igual para todos. Outra deliberação importante nas assembleias será a autorização da categoria para que a assessoria jurídica da FNU/CNE ajuíze ação contra o DEST, para evitar a indevida utilização pelo governo de informações dos trabalhadores, que não guardam relação com a competência legal do Ministério do Planejamento, na formulação de diretrizes e controle da gestão das empresas estatais. As assembleias debaterão ainda a estratégia do Coletivo Nacional dos Eletricitários que busca audiência com o Ministério das Minas e Energia, para mostrar que além das questões salariais, a categoria não aceita as privatizações que se anunciam no setor.
Trabalhadores e trabalhadoras, diante da iminente possibilidade de privatizações na Eletrosul e na Eletrobrás, precisamos agir agora! As ameaças em que vivemos em relação a nossos direitos, nossos salários e nossos empregos, não fazem parte de um conto de fadas, ainda que as bruxas estejam às soltas. A nossa realidade precisa ser encarada com seriedade, reflexão, união e muita disposição de luta!