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É bom privatizar a Eletrobras?
Em artigo, o ex-membro do Conselho de Administração da Eletrosul, Dinovaldo Gilioli ressalta a importância de manter a Eletrobras pública. Segundo ele, além da perda do controle da energia elétrica, em caso de privatização, os consumidores ainda amargariam um aumento na tarifa que pode variar entre 10% e 20%, conforme estudos de especialistas.
Ainda no texto, Gilioli entende que os setores que realmente estão interessados em preservar o patrimônio público e em melhorar a vida dos brasileiros devem ser resistentes, pois a realidade da população é dramática.
Confira abaixo o texto completo:
É bom privatizar a Eletrobras?
Dinovaldo Gilioli
Ex-membro do Conselho de Administração da Eletrosul
O presidente Jair Bolsonaro se elegeu prometendo não privatizar empresas de setores estratégicos, como é o caso das que integram o grupo Eletrobras. No entanto, encaminhou para a Câmara dos Deputados proposta de venda dessas estatais, através da Medida Provisória 1.031/2021, de 23 de fevereiro, aprovada recentemente.
Em qualquer lugar do mundo e aqui serve o exemplo dos Estados Unidos, um dos mais capitalistas, o setor de energia é mantido sob a lógica de um bem público, porque é essencial para o desenvolvimento, segurança e soberania do país. Ou seja, abrir mão desse setor, só se justifica para atender interesses econômicos privados e alheios às necessidades da população.
Não bastasse a perda de controle da área de energia elétrica, uma vez que o governo abrirá mão de ter a maioria das ações dessas empresas, os consumidores deverão amargar ainda, conforme dados de especialistas, um aumento da tarifa de energia elétrica em torno de 10% a 20%. Tudo isso em plena pandemia, com milhares de mortes e o desemprego lá nas alturas.
Diante da já dramática e insustentável realidade, deseja-se que se tenha forte resistência de setores da sociedade realmente interessados em preservar o patrimônio público e em melhorar a vida dos brasileiros