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Publicada em: 17/12/2022 00:12
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Reproduzimos na íntegra o boletim do CNE.

 

 

SEQUESTRO! A ELETROBRAS FOI ROUBADA DA UNIÃO PARA BANCAR FARRA DOS DIVIDENDOS E SUPERSALÁRIOS!

 

A privatização da Eletrobras foi um dos maiores escândalos da história recente do Brasil. Antes da privatização, a União enquanto acionista controladora detinha direta ou indiretamente 68% das ações da Eletrobras e em uma operação draconiana, foi diluída até deixar de ser controladora, sem receber um centavo sequer pela perda do controle acionário. Sim, a Eletrobras foi privatizada por aumento de capital e a União foi proibida de participar da operação.

 

Neste pacotão absurdo de cláusulas leoninas, hoje a União tendo 43% do capital votante da Eletrobras, só pode votar nas assembleias com 10% porque 33% das ações estão esterilizadas na enviesada Lei da privatização. Parece estarrecedor não é mesmo? Quem aceitaria isso na condição de maior acionista? Paulo Guedes, Bento Albuquerque e Bolsonaro! Em conluio com acionistas minoritários.

 

E mais, mesmo nestas condições jocosas, leoninas, draconianas expostas anteriormente, a União continua sendo fiel garantidora das obrigações da Eletrobras e suas subsidiárias. Ou seja, o Estado Brasileiro garante o privado. Não bastasse isso, o fim do regime de cotas, na qual a Eletrobras comercializava energia barata porque tinha 20 hidrelétricas amortizadas vai ser pago por você consumidor de energia elétrica.

 

Fica fácil concluir a partir disso tudo que a Eletrobras foi sequestrada, roubada do povo brasileiro. Mas antes de falar quem ganha nessa grande negociata, vale registrar que a Eletrobras vinha de anos dando lucro, foram R$ 35 bilhões nos quatro anos que antecederam a privatização. A Eletrobras foi privatizada com R$ 16 bilhões em caixa e com endividamento baixíssimo, pronta para voltar a investir no desenvolvimento do Brasil.

 

Mas se a Privatização da Eletrobras boicotou a União, vai onerar o consumidor de energia na conta de luz, vai atacar o meio ambiente com as térmicas a gás, afinal quem ganha com essa Privatização?

 

A Privatização da Eletrobras foi encomendada por um grupo de acionistas desde o governo Temer. Não houve na privatização nenhum compromisso com futuros investimentos na expansão do setor elétrico brasileiro. É uma “ação entre amigos” por dividendos e supersalários!

 

Em dezembro de 2020, o então presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia afirmou publicamente que a privatização da Eletrobras: “Está negociando modelagem para beneficiar acionista incluindo uma usina que a concessão vence agora. Está sob suspeição porque querem incluir uma usina na privatização da Eletrobras e isso vai beneficiar os acionistas atuais da Eletrobras. E quero ver o ministro (Paulo Guedes) falar que é mentira o que estou falando, que a equipe dele fala isso”...

 

Rodrigo Maia escancarou uma privatização modelada para usurpar os direitos da União e beneficiar acionistas minoritários. O que se criou com a privatização da Eletrobras foi uma sociedade quase secreta e de propósito específico: remunerar acionistas com altos dividendos e catapultar exponencialmente salários de diretores e conselheiros. Tudo isso turbinando as receitas via aumento da conta de luz e fazendo movimentos de reestruturação, de enxugamento dos custos de pessoal para bancar a farra, a mamata milionária de acionistas, diretores e conselheiros. São reajustes imorais de até 3700%!

 

Mas quem são os operadores desta privatização? Quem são os receptadores da Eletrobras? Quem manda na tal Corporation de suposto capital pulverizado? É preciso começar a dar nome aos bois que se escondem nesta cortina de fumaça. São os fundos 3G Radar (Jorge Paulo Lehmann), Banco Clássico (Juca Abdalla), Maliko e Manuka Investments (Pedro Afonso Gutierrez), Navi Capital (Felipe Babo e João Paulo de Aragon), SPX Equities (Leonardo Linhares e Katherine Albuquerque), Vinci Equities (Roberto Knoepfelmacher e Luiz Otávio Laydner) e XP Gestão de Recursos (Marcos de Andrade Peixoto Filho). A maior empresa de energia elétrica da América Latina abandonou sua estratégia de expansão e desenvolvimento do Setor Elétrico Brasileiro para atender aos interesses “curtoprazistas” de acionistas sanguessugas de dividendos.

 

Se os citados acionistas financeiristas foram os grandes articuladores da Privatização da Eletrobras, quem executou o processo? Os diretores obviamente: presidente - Wilson Ferreira Pinto Junior, Camila Gualda Araujo, Rodrigo Limp Nascimento, Elvira Baracuhy Presta, Marcio Szechtman, Pedro Luiz Jatobá, Luiz Augusto Pereira de Andrade e José Eduardo Guimarães Barros. Foram estes homens e mulheres que passaram por cima de todos os ritos legais e de governança para tomar a Eletrobras e multiplicarem seus próprios salários.

 

Agora com a vitória de Lula e a mudança de governo, conselheiros, diretores e acionistas da Eletrobras voam como aves de rapina, parasitas tentando saquear o máximo possível da empresa e tentando tornar processos de reestruturação e demissões como irreversíveis. Articulam manobras para diminuir o capital votante da União com a conversão de ações preferenciais em ordinárias e a tentativa de venda das ações do BNDES e do BNDESPAR no apagar das luzes de 2022. Vocês que sequestraram a Eletrobras com a conivência de Bolsonaro e Paulo Guedes, vão fracassar!

 

Os tempos mudaram! Vocês, receptadores da Eletrobras, têm contas a acertar com o povo brasileiro. Tic, tac, tic, tac. Durante todo o processo de luta contra a privatização e agora pela reestatização da Eletrobras, o Coletivo Nacional dos Eletricitários acumulou muito conhecimento de cada passo torto, cada piso em falso deste que é um dos maiores escândalos da história do Brasil. O jogo não acabou. A bola está em campo e agora a nossa luta será por justiça e reparação. Seguiremos firmes até libertar a Eletrobras destes sequestradores e devolvê-la ao povo brasileiro! Quem for de isopor, que se esfarele... Quem viver verá!




Intersul - Intersindical dos Eletricitários do Sul do Brasil
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