As entrevistas de representantes da ENGIE Brasil Energia e a recente decisão homologada pela ANEEL de fechamento da UTCH (Charqueadas) vêm gerando um clima negativo em toda cadeia produtiva ligada a geração de energia elétrica a partir do carvão.
Na última reunião do Conselho, ocorrida em 28/08/16, questionamos a posição oficial da ENGIE Brasil Energia sobre a anunciada “descarbonização” da matriz energética do Grupo no pais e, ainda, relatamos o clima de insegurança e apreensão que se estabeleceu entre os/as empregados/as.
Em resposta, o Presidente do Conselho Maurício Bähr reafirmou a meta do grupo de diminuir o percentual de energia gerada a carvão em sua matriz de geração, mas que em relação a ENGIE Brasil Energia nenhuma decisão concreta foi tomada, quer seja em relação ao fechamento de unidades ou à venda de ativos, excetuando-se a UTCH. “Se alguma medida for tomada será com transparência e com muito respeito aos/as empregados/as” disse Maurício.
O presidente da empresa, Eduardo Sattamini, informou na mesma reunião do Conselho que já estava ciente do fato e, em função disso, agendou para semana seguinte uma reunião sobre o assunto com o corpo gerencial de Jorge Lacerda, para dar as informações e esclarecimentos necessários a serem, posteriormente, repassadas aos/as empregados/as. Esta reunião veio ao encontro do que solicitamos no Conselho.
FECHAMENTO DE CHARQUEADAS (UTCH)
Do ponto de vista exclusivamente técnico/econômico fica difícil defender a continuidade da operação da UTCH, a velha xirua, a não ser a construção de uma nova usina, questão descartada por razões econômicas e de filosofia da ENGIE.
Mas não se trata apenas de “dar fim” a um amontoado de ferro e concreto, em sua essência.
Trata-se de mudar radicalmente a vida de pessoas que com sua dedicação e competência mantiveram viva, durante décadas, a chama das caldeiras gerando energia para a sociedade e lucro para os acionistas.
Trata-se dos reflexos a um entorno de fornecedores, prestadores de serviço e munícipes que vivem direta ou indiretamente umbilicalmente ligados à velha usina.
Trata-se de respeitar os que já passaram e, principalmente, os que ainda labutam diuturnamente nas mais diversas atividades da UTCH.
Neste momento crucial, trata-se de buscar soluções coletivas e individuais com base nos preceitos de priorização do Grupo ENGIE: a sociedade e os/as empregados/as.
Exercendo o papel de Conselheiros representantes dos empregados, em que pese os irrefutáveis argumentos técnicos/econômicos, optamos por uma posição em favor das pessoas. Na reunião do Conselho que ocorreu em... votamos contra a “desmobilização” da UTCH, mas fomos derrotados.
Buscamos então ouvir dos empregados, em várias reuniões coletivas e individuais, suas preocupações, expectativas, dúvidas e sugestões, como base para a discussão com a empresa.
Tivemos reuniões com diretores e, principalmente, com o Presidente Zaroni que nos garantiu que iria verificar pessoalmente caso a caso e propor soluções.
Entre as soluções está o aproveitamento do máximo de empregados em outras áreas da empresa, a concessão de PDV para todos que desejarem, aporte em única parcela na Previg para aqueles com mais de 50 anos de idade, dos valores de contribuição da patrocinadora e dos patrocinados que teriam direito até completarem 55 anos, além dos valores referentes a contribuição especial restantes.
Temos ciência que as soluções propostas pela empresa não atenderam a todos os/as empregados/as e, como sempre, desta forma, estaremos buscando novas alternativas para os remanescentes, pois esta é a razão principal de estarmos no Conselho. Se não for para defender a todos e a cada um, não vale apena.
Cabe ainda lamentar os reflexos sobre os terceirizados e a todo entorno que tem relação econômica com Usina, para os quais muito pouco ou quase nada temos o que fazer.
VELHA XIRUA, DEIXARÁS LEMBRANÇAS DE VIDAS VIVIDAS EM SUAS ENTRANHAS.